Importância da Equipe Multidisciplinar em Oncologia
Câncer é o nome genérico, dado a um conjunto composto por mais de 100 tipos de doenças, que se diferenciam de acordo com a célula que este se origina, moléculas, diferenças genéticas, grau de acometimento da doença, entre outras variáveis.
Câncer é o nome genérico, dado a um conjunto composto por mais de 100 tipos de doenças, que se diferenciam de acordo com a célula que este se origina, moléculas, diferenças genéticas, grau de acometimento da doença, entre outras variáveis.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estimou em sua última atualização de dados (2018) 18 milhões de novos casos em todo o mundo, prevendo um possível aumento de 60% nos casos de câncer nas próximas duas décadas, configurando uma questão emergente na saúde pública mundial.
Desta forma, o câncer se apresenta como uma doença de alta complexidade, que requer um atendimento especializado, ofertando alta qualidade, segurança, eficácia, oportunidade e uma abordagem centrada no paciente coordenada por uma equipe multiprofissional.
A união de profissionais com diferentes perspectivas do processo de cuidar, se complementam para ofertar o todo ao paciente, entendendo que este deve ser tratado de forma humanizada e individualizada. O plano de cuidados deve considerar, além dos aspectos da doença propriamente dita, todo o contexto biopsicossocial do indivíduo, para que suas ações sejam efetivas.
Estudos recentes evidenciam que a presença da equipe multiprofissional oferta melhoria na qualidade de vida, adesão ao tratamento, controle de sintomas, prevenção ao câncer, reduzindo tempo para realização de exames e tratamentos complexos, afetando positivamente a vida do paciente na junção de diferentes perspectivas sobre o cuidar.
Podemos evidenciar a multidisciplinaridade no cuidado médico com a figura de diferentes especialistas como: oncologista clínico, cirurgião, anestesista, radioterapeuta, radiologista, patologista, intervencionista, cardiologista, mastologista, oftalmologista, dermatologista, pneumologista, psiquiatra, endocrinologista, oncogeneticista, entre outros a depender da necessidade de cada paciente.
De igual importância no cuidado do paciente oncológico, profissionais de diferentes formações, atuam para atingir a excelência, sendo eles:
- Assistente Social – profissional que auxilia o paciente e familiares/cuidadores na busca por recursos sociais, comunitários, serviços de apoio, além de intermediar conflitos e ofertar aconselhamento.
- Capelão – atende as diferentes necessidades espirituais do paciente e cuidadores, formado para assistir pessoas de diferenças crenças.
- Enfermeira oncologista - exerce na maioria das equipes multiprofissionais o papel de liderança, por possuir o maior contato com o paciente oncológico durante o seu tratamento. Sua atuação é abrangente, voltada ao atendimento especializado, centrando cuidados, administração de medicamentos e terapias; planos para orientação educacional; manejo de sintomas; atendimento de urgências e emergências, entre outros.
- Enfermeiro especialista em dor – sua especialidade é voltada para os mecanismos da dor e métodos para atingir o seu controle e fornecer qualidade de vida ao paciente.
- Enfermeiro de cuidados paliativos – oferta cuidados, não objetivos à cura, mas para manutenção da qualidade de vida e controle de sintomas.
- Farmacêutico: garante a qualidade e segurança do tratamento oncológico, padronizando medicamentos, manipulando quimioterápicos e outros agentes utilizados na terapia contra o câncer, atuação clínica na conferência de tratamento, rastreio de interações medicamentosas, identificação de toxicidades, entre outros.
- Fisioterapeuta: garante a reabilitação e manutenção física, motora e respiratória do paciente.
- Fonoaudiólogo: reabilita pacientes com distúrbios de fala e deglutição.
- Nutricionista: estabelece planos nutricionais para manutenção e reabilitação da saúde do paciente, focado nos seus aspectos nutricionais, além de buscar o alívio de sintomas como perda do apetite, perda do paladar, perda de peso, entre outros.
- Odontologista: responsável pela saúde bucal, que pode ser afetada durante o tratamento. Destaca – se na sua aplicação de cuidados, seu trabalho para o manejo da mucosite, utilizando tecnologias como a laserterapia.
- Psicólogo: oferta suporte emocional ao paciente e seus familiares, no que concerne a doença, seu tratamento e impactos que estes geram em suas vidas.
- Técnico de enfermagem – oferta cuidados em saúde, administração de medicamentos, entre outros, direcionados pelo profissional enfermeiro.
- Terapeuta ocupacional – auxilia pacientes com limitações funcionais a recuperar suas atividades diárias.
É necessário um planejamento completo do cuidado multidisciplinar do paciente oncológico, envolvendo estes e outros profissionais. Cada um ocupando um papel único em prol do mesmo objetivo: atender as necessidades do paciente oncológico na sua totalidade.
Escrito por:
- Enfª Ms Michelle Artioli – Especialista e Mestre em Oncologia pelo AC Camargo Cancer Center. Coodenadora de Ensino no Instituto D’Or de pesquisa e ensino.
- Enfª Es Thais Scarpelli – Clínica especialista em oncologia, titulada pela SBEO ( Sociedade Brasileira de enfermagem oncológica ) . Enfª Navegadora em oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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Referências bibliográficas
1 - PIRSCHELl, C. Interprofessional Collaborations Improve Cancer Care. ONS Voice. Março, 2018
2 - Reviewing Cancer Care Team Effectiveness – Journal of Oncology Practice. May 2015 vol. 11 no.3 239-246
3 - INCA – Instituto Nacional de Câncer https://www.inca.gov.br/
4- OMS – Organização Mundial da Saúde https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/
5 - IARC - Internacional Agency for Research on Cancer https://www.iarc.fr/
6 - American Cancer Society, 2020. https://www.cancer.org/
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